Evolução da Produção de Água Mineral no Brasil
No Brasil, a primeira informação disponível sobre produção de água mineral envasada data de 1911. Nessa época, só os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro tinham indústrias montadas de água mineral. A produção naquele ano foi de 1.420.000 litros, distribuídos da seguinte forma: 1.220.000 litros envasados em Minas Gerais e 200.000 litros envasados no Rio de Janeiro.O maior estado produtor de água mineral em 2008, São Paulo, só viria a iniciar suas atividades de envase em 1921, produzindo 50.000 litros. O Paraná iniciaria em 1923; o Rio Grande do Sul em 1925; o antigo Distrito Federal, atual município do Rio de Janeiro, em 1926; Pernambuco e Espírito Santo em 1927; Santa Catarina em 1931; e Bahia e Ceará em 19367.
No início da década de 70, em pleno “Milagre Brasileiro” e com as implementações provenientes da Constituição e do Código de Mineração - elaborados no regime militar (1967) e caracterizados por uma política que visava, preferencialmente, ao crescimento -, atingiu no final da década o volume de 600.464.000 litros envasados, representando o maior índice de crescimento do século XX, 379%. No período de 2000 a 2007, houve um
crescimento de 27,69%.
O Quadro 7 e a Figura 11 demonstram o elevado crescimento dessa indústria ao longo dos anos.
Quadro 7 - Evolução da Produção de Água Mineral Brasileira de 1911 a 2008 (em 1.000 Litros)
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Fonte: Anuário Mineral Brasileiro, Sumário Mineral (DNPM, diversos anos) e Relatórios Anuais de Lavra:
1 – De 1911 a 1947, Fabrino, A. de O., Ministério da Agricultura, DNPM, 1949, p. 256.
2 – ND – de 1948 a 1959, dados não disponíveis.
3 – Dados não revisados.
O volume de águas envasadas comercializado no Brasil, no período de 1996 a 2001, apresentou taxas médias de crescimento que variam entre 11 e 19% anuais. Já entre os anos de 2002 e 2008 as taxas flutuaram, apresentando momentos de crescimento entre 2002 e 2005 (2,8%, em média por ano) e entre 2007 e 2008 (15%), e de retração entre 2005 e 2007 (6,18% em média por ano). Incertezas na economia internacional provavelmente colaboraram para a redução de investimentos dos empresários brasileiros e estrangeiros em todos os setores, inclusive na água mineral.
O Brasil apresenta, ainda, baixo consumo per capita, mas vem evoluindo ao longo dos anos, passando de 11,54 litros/habitante/ano em 1996 para 20,68 em 20078. A percepção é de que a água mineral envasada, por ser pura e de melhor qualidade do que a água distribuída pela rede pública (água tratada), tem influenciado o aumento do consumo no país, embora esse consumo permaneça fortemente relacionado a fatores sazonais.
No que se refere à distribuição regional da produção nacional, é notável a expansão no período de 1996 a 2007 para as regiões Norte e Centro-Oeste, com crescimento de 386% e 287% respectivamente. Em seguida, estão as regiões Sul, com 207%; Nordeste, com 130% e Sudeste, com 127%.
Entretanto, em 2007 a região Sudeste, responsável pela produção de aproximadamente 48%, continua sendo a maior produtora de água mineral e potável de mesa, com 2,08 bilhões de litros. As demais regiões produziram: Nordeste, 22%; Sul, 12%; Centro-Oeste, 9% e Norte, 8%.
São Paulo, o maior produtor, apresentou uma produção superior a 1,5 bilhões de litros em 2007, o que representa 34% do total nacional, seguido pelos estados do Rio de Janeiro, com 7%; Minas Gerais com 6%; Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com 5% cada um.
7Fabiano, A. de O., Ministério da Agricultura, DNPM, 1949, p. 256.
8Considerando uma população de 183.987.291 habitantes. Informações obtidas no IBGE (acessado em 13/06/2009).