Serviço Geológico do Brasil participa da 7° Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Naturais

Segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Serviço Geológico do Brasil participa da 7° Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Naturais

Cobalto
O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Pedro Paulo Dias, participou, na última quarta-feira (17), da mesa de abertura da 7° Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Naturais. Em sua fala, Pedro Paulo destacou os projetos realizados em parceria com instituições alemãs, em especial, o BioCobalt e o BioProLat.

Organizada pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), a Conferência, gratuita, ocorreu presencialmente em Nova Lima (MG) e teve como principal objetivo discutir a transição energética na mineração.

Neste processo, conforme o Diretor-presidente explicou, “a recomposição de solos com fertilizantes naturais tem revelado ótimos resultados para uma produção agrícola cada vez mais sustentável, ao passo que impulsiona o desenvolvimento de um dinâmico segmento formado por pequenas e médias empresas produtoras”.

Dias reiterou o comprometimento do Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do Serviço Geológico do Brasil, ao que cabe à instituição, “na construção de um ambiente de negócios propício aos investimentos, com foco no social e respeito ao meio ambiente”. E reafirmou que serão ampliadas as pesquisas sobre o potencial mineral brasileiro - “para que todos, empresas e sociedade, possam se beneficiar do desenvolvimento socioeconômico proporcionado pela mineração”, completou.

Participaram da Conferência: o diretor do Departamento de Gestão das Políticas de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Antonio Glauter Teofilo Rocha; o Conselheiro Econômico da Embaixada da República Federal da Alemanha, Johannes Thomas; e o Diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Júlio Cesar Nery Ferreira. As apresentações foram traduzidas simultaneamente, em Português e Alemão.

Acesse aqui para mais informações da 7° Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Naturais.

Projetos BioCobalt e BioProlat

O Brasil é um importante produtor mundial de níquel, podendo no futuro ampliar de forma significativa sua produção. As rochas, de onde são retiradas o níquel, também contém cobalto, só que em quantidades não recuperadas por tratamento metalúrgico convencional. Como consequência, o cobalto permanece nas pilhas de rejeitos das minas de níquel à espera da descoberta de novos tratamentos de minérios capazes de transformá-lo em um bem mineral economicamente aproveitável. O cobalto é um dos elementos fundamentais para a implementação de uma economia de baixo carbono. Diante disso, o SGB-CPRM formatou dois projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I), com a intenção de otimizar os processos para recuperação - de modo econômico e sustentável - do cobalto que ocorre associado ao níquel em várias ocorrências no Brasil. Os projetos são o ‘Biocobalt e o BioProLat’.

O Projeto Biocobalt existe há quatro anos e vem testando o processamento por biolixiviação em depósitos brasileiros de níquel (Ni) laterítico, sobretudo nos estados do Goiás e Pará. A iniciativa visa alavancar a extração de cobalto no Brasil e determinar as melhores condições ambientais e biológicas para a extração do mesmo em escala de mina. O método de extração consiste em um processo bioquímico em que bactérias isolam o elemento de interesse. Dessa forma, a retirada de cobalto pode se tornar mais barata e sustentável. O objetivo do projeto é definir, entre os depósitos estudados, características mineralógicas que permitam o processamento mineral do cobalto por meio da biolixiviação.

A iniciativa, que está em fase de conclusão, é fruto de uma parceria entre o Serviço Geológico do Brasil, a Agência Alemã de Recursos Minerais (DERA - Deutsche Rohstoffagentur) - ligada ao Serviço Geológico da Alemanha (BGR) - e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).

BioProlat

Iniciado em 2021, o BioProLat visa redimensionar as técnicas de biolixiviação para uma escala semi-industrial, principalmente no que se refere às condições ambientais e biológicas para extração de cobalto - a partir de determinadas tipologias de minérios de depósitos de níquel lateríticos do Brasil.

O projeto visa adaptar o processamento por biolixiviação para escala semi-industrial, de modo a oferecer uma alternativa com eficiência econômica, baixo impacto ambiental e baixo risco operacional. Desta forma, permite aumentar a recuperação de metais em minas existentes, ou que irão entrar em operação, minimizando drasticamente o volume de rejeitos nas operações mineiras, e, consequentemente, aumenta o fornecimento de cobalto - vital para indústria 4.0 e a eletrificação da economia. O BioProLat está alinhado aos quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Orgnaização das Nações Unidas (ONU): Trabalho Decente e Crescimento Econômico; Indústria, Inovação e Infraestrutura; Consumo e produção responsáveis; e Parcerias e Meios de Implementação.

A ação está em fase inicial e tem previsão de conclusão para janeiro de 2024. A sua realização é fruto de uma cooperação internacional, encabeçada pelo SGB-CPRM, CETEM, Brazilian Nickel PLC, BGR e pela empresa GEOS na Alemanha.

Amanda Rosa
Maria Alice dos Santos
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Ministério de Minas e Energia
imprensa@cprm.gov.br
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