Quinta-feira, 06 de junho de 2024
Seminário discute impactos dos eventos hidroclimáticos e geológicos no Pará
Encontro apresentou produtos e projetos focados em emergências climáticas, buscando aumentar a resiliência das cidades contra secas e enchentesO Rio Amazonas registrou os menores níveis de água já monitorados, uma consequência direta do fenômeno climático El Niño, de acordo com dados de 2023. Essa anomalia causa estiagens severas na Amazônia e chuvas intensas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, impactando não apenas os recursos hídricos, mas também a produção agrícola, sistemas de abastecimento de água e serviços urbanos essenciais, como saúde, educação e transporte. Além disso, podem ocorrer perdas materiais e de vidas.
Baseado neste cenário, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quarta-feira (5/6), o Serviço Geológico do Brasil (SGB), por meio da Superintendência Regional de Belém (SUREG-BE), realizou nesta quarta-feira o seminário “Eventos Hidroclimáticos e Geológicos Moldando a Vida da População Brasileira”. O encontro aconteceu no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e reuniu especialistas para discutir os desafios impostos pelas mudanças climáticas e suas consequências.
O superintendente da SUREG-BE, Homero Melo Junior, disse que o objetivo é comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, destacando as questões dos eventos extremos decorrentes da emergência climática. “Recentemente, o Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, tem sido fortemente afetado por esses eventos. O seminário visa apresentar à comunidade científica, estudantes, pesquisadores e população em geral, produtos e projetos focados em emergências climáticas, buscando aumentar a resiliência das cidades contra secas e enchentes”, acrescentou.
Melo Junior apresentou os produtos do SGB, focados justamente nessa questão dos eventos extremos e da resiliência climática das cidades. “É muito importante mostrar como esses produtos podem e devem ser utilizados pelos poderes públicos municipal, estadual e federal, na prevenção, mitigação e minimização dos efeitos dessas mudanças climáticas e dos eventos extremos na população local. Com os mapas de risco geológico e o Sistema de Alerta Hidrológico, conseguimos fornecer subsídios para o gestor público”, informou.
A gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da SUREG-BE, Sheila Gatinho Teixeira, destacou em sua apresentação o “Estado da Arte do Mapeamento de Riscos Geológicos e Hidrológicos no Estado do Pará” que 96 dos 144 municípios do estado já foram mapeados pelo projeto de setorização de áreas de risco geológico, e 31 municípios foram revisitados. “O mapeamento tem sido fundamental para que os municípios captem recursos junto ao governo federal para obras estruturantes em áreas de risco”, ressaltou.
Durante a manhã, assuntos como os impactos ambientais e sociais nas bacias hidrográficas de Belém, com foco no Igarapé Mata Fome; os efeitos do saneamento ambiental e das mudanças climáticas no meio urbano; e a previsão, monitoramento e gestão de desastres naturais no estado do Pará, foram abordados no seminário.
Mauro Sérgio Rodrigues, pesquisador do SGB-BE, falou sobre a Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) e seu papel na geração de dados hidrológicos, coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Ele enfatizou a importância desses dados para instituições de ensino, gestores de sistemas de abastecimento de água, transporte e agricultura, além de apoiar prefeituras e a defesa civil na gestão de riscos setoriais e na resposta a inundações e secas.
Já a pesquisadora Catharina Farias abordou os estudos sobre chuvas extremas no Pará e a importância desses estudos na preparação das cidades para eventos climáticos intensos. Ela também mencionou a atuação do SGB na análise das áreas de risco de inundação no Rio Grande do Sul, destacando a importância de diagnósticos e previsões para futuras ocorrências.
Outros temas discutidos incluíram os impactos dos eventos extremos no ambiente rural, desmatamento e eventos climáticos na Amazônia, e perspectivas de eventos hidroclimáticos extremos no Pará. Uma mesa redonda sobre o cenário de riscos na Amazônia também fez parte do seminário.
O evento contou ainda com parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), Prefeitura de Belém, Imazon e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br