Quarta-feira, 18 de outubro de 2023
Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil contribui para reduzir impactos de enchentes no Rio Grande do Sul
Com o objetivo de debater os prejuízos nas cidades mais afetadas, a reunião teve a participação de representantes dos municípios; da diretora de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), Alice Castilho; e dos ministros da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) da Presidência da República, Paulo Pimenta; e da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes.
Durante a audiência, a diretora explicou como o SGB age nos eventos hidrológicos extremos e detalhou a operação de alerta nos municípios das bacias dos rios Taquari, Caí e Uruguai – atendidos pelo Sistemas de Alerta Hidrológicos (SAHs).
"No dia 1º de setembro, houve a emissão do alerta de chuvas fortes e começamos a acompanhar a evolução dos níveis dos rios. A partir do dia 4 de setembro, quando o rio Taquari em Muçum (RS) atingiu a “cota de alerta”, começamos a emitir os boletins com previsões dos níveis dos rios”, contextualizou.
No primeiro boletim, às 13h do dia 4 de setembro, apenas a estação de Muçum (RS) tinha superado a cota de alerta, mas as previsões indicavam que, nas próximas horas seguintes, as estações de Muçum, Encantado e Estrela superariam a “cota de inundação”. As informações foram enviadas às prefeituras e órgãos que atuam na prevenção de desastres, entre eles, a Defesa Civil.
Apoio para tomada de decisões e redução dos impactos
Esses dados compartilhados foram cruciais para a tomada de decisões, conforme relatou o prefeito de Muçum (RS), Mateus Trojan. “A única ferramenta de informação de previsão foram os dados fornecidos pelo SGB. Nesse momento, isso foi extremamente fundamental para se ter noção do que estava acontecendo. Serviu como instrumento para alertar e prevenir muitas pessoas que não estavam querendo sair das residências. Se não tivéssemos as informações, muito provavelmente a situação catastrófica teria sido ainda mais grave”.
Frequentemente as informações são usadas por gestores públicos para orientar as ações. O prefeito de Lajeado (RS), Marcelo Caumo, contou que, nesta terça-feira (17), os dados do monitoramento subsidiaram medidas para a proteção de moradores. “Hoje, por exemplo, tivemos que fazer a remoção de famílias em uma área. Ficamos em contato constantemente com o SGB para saber as projeções de elevação do nível do rio”. Caumo reforçou que, diante da importância da atuação, é preciso haver mais investimentos. “O nosso pedido é para que seja aprimorado esse sistema do SGB”.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) da Presidência da República, Paulo Pimenta, defendeu a importância de se ampliar os investimentos para a prevenção de desastres. O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê aplicação de R$ 50 milhões em ações que podem beneficiar aproximadamente 400 municípios.
Vidas salvas
O coordenador regional de Proteção e Defesa Civil na Região do Vale do Taquari, coronel Everton Souza Dias, define que a parceria com o SGB é “imprescindível para salvar vidas e atuar cada vez mais na prevenção, mitigação e preparação” de eventos naturais. Ele ressalta que as informações foram fundamentais para proteger a população nas enchentes de setembro. “Os alertas que a Defesa Civil emite com base nos dados do SGB, avisando aos municípios da possibilidade de inundação e alagamento, salvou muitas vidas. A partir do dia 4, muitas pessoas e famílias inteiras foram retiradas das residências de risco”, disse.
O prefeito de Estrela (RS) e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari, Elmar Schneider, confirmou que a atuação contribuiu para apoiar medidas preventivas: “Com as orientações que recebemos e agindo de forma preventiva, foi possível salvar muitas vidas”.
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