Mais de mil pessoas estão em áreas de risco em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte

Terça-feira, 30 de maio de 2023

Mais de mil pessoas estão em áreas de risco em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte

Documento elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra 274 residências, em nove áreas com alto risco de inundações e enxurradas




O Serviço Geológico do Brasil (SGB), por meio da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), apresenta a Cartografia de Risco do município de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. De acordo com o mapeamento realizado em janeiro deste ano e entregue em maio, 1.096 pessoas vivem em áreas com alto risco de inundações e enxurradas.

Também foram identificadas 274 residências em áreas de risco nos bairros Coqueiros, Pajuçara, Guajiru, Jardim Lola, Rua Humaitá, Barreiros/Regomoleiros, Comunidade Sítio e Ladeira do Sul. A cartografia aponta que as áreas de risco geológico se devem às características naturais do meio físico e da ocupação inadequada do território.

Os documentos cartográficos visam identificar áreas sujeitas a perdas ou danos por eventos adversos de natureza geológica. Os resultados podem subsidiar o poder público na seleção das áreas prioritárias para ações destinadas à prevenção dos desastres.

As enxurradas no município acontecem por causa da declividade das ruas e direcionamento de grande quantidade de águas pluviais para um único ponto, e ocorrem sempre em locais onde não há estrutura eficiente para drenar a água pluvial. Já os processos de inundações ocorreram em áreas próximas ao Rio Potengi, onde sua planície de inundação é ocupada por famílias de baixo poder aquisitivo, como é o caso da comunidade Coqueiros.

Os principais problemas no município estão relacionados a processos hídricos. Esse fator é resultado da expansão da área urbana da cidade, combinada com a geomorfologia da região. Construções de novas residências estão ocorrendo em áreas baixas e alagadiças, que são de domínio do Rio Potengi e do Riacho do Sangue e, portanto, são locais passíveis de inundação, como indica o levantamento.

Muitas dessas moradias são de baixo padrão construtivo e provavelmente não há orientação técnica adequada para a escolha de locais isentos de riscos geológicos. Dessa forma, futuramente, o problema tende a se agravar, caso o poder público não coloque em prática programas de fiscalização que dificultem o avanço da urbanização em áreas de risco geológico.

Vale destacar que essas situações poderiam ser minimizadas com a implantação de rede de drenagem eficiente para direcionar e amortecer a energia das águas pluviais. É muito importante a realização de ações preventivas, como a implementação de políticas públicas de ordenamento territorial e a instalação de sistemas de monitoramento de alerta de chuvas intensas, além de um planejamento para a expansão urbana do município em áreas livres de risco geológico.

Em todo o estado do Rio Grande do Norte, o SGB identificou 63 áreas de risco em 27 municípios. De acordo com painel sobre risco geológico, mais de 43,7 mil pessoas vivem em setores sujeitos a eventos adversos de natureza geológica, sendo inundação o principal deles.

Outras informações da Cartografia de Risco de São Gonçalo do Amarante podem ser acessadas aqui.

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