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Lapa dos Brejões
João Dourado -
BA , Lat.:
-11.011860847 Long.:
-41.433223724
Última alteração: 12/03/2018 21:11:43
Última alteração: 12/03/2018 21:11:43
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
350
Valor Educativo:
265 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
210 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
210 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Lapa dos Brejões |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Espeleologia |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 16 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Morro do Chapéu - BA) |
Localização
Latitude: | -11.011860847 |
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Longitude: | -41.433223724 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | 492 m |
Estado: | BA |
Município: | João Dourado |
Distrito: | João Dourado |
Local: | Povoado Brejão da Gruta |
Ponto de apoio mais próximo: | Posto de combustível na Avenida Joaquim Augusto |
Ponto de referência rodoviária: | Avenida Joaquim Augusto |
Acesso: | Atravessar a BA-052 e acessar a estrada para Descoberta por cerca de 10 km. Ao invés de seguir direto para o povoado de Descoberta, dobrar à direita sentido povoado de Riacho. Passar pelo povoado de Riacho e seguir por cerca de 3,5 km e dobrar à direita na bifurcação. Andar por mais 4,3 km e virar a primeira esquerda. Seguir por cerca de 6 km até avistar o geossítio. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) Gruta dos Brejões Vereda Romão Gramacho, o geossítio Lapa dos Brejões é classificado como área complexa (Fuertez-Gutiérrez & Fernández-Martínez, 2010) e foi aprovado pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP). Além disso, está inserido como um dos geossítios pertencentes a proposta de criação do Geoparque Morro do Chapéu (Rocha & Pedreira, 2013). A caverna está situada na porção norte da borda oriental da Bacia de Irecê e desenvolve-se em calcissiltitos laminados cinzentos com finas intercalações de laminitos algais. Possui relevância no cenário espeleológico nacional pela grande amplitude de suas galerias, dimensões de seus espeleotemas, volume de suas dolinas de abatimento e pelo vistoso portal de 106 metros de altura. Além de apresentar importância científica, histórica e cultural, atestada tanto pelos depósitos paleontológicos já explorados, como pelas condições promissoras a novas descobertas, e, particularmente, pelo potencial de estudos arqueológicos suscitados pelas pinturas rupestres localizadas nas paredes da caverna (Berbert-Born & Karmann, 2002). |
Abstract |
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Autores e coautores |
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Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Neoproterozoico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | Una |
Formação: | Salitre |
Unidade: | Gabriel |
Outros: | Laminitos Algais |
Rocha Predominante: | Calcissiltito |
Rocha Subordinada: | Calcirrudito |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Segundo Berbert-Born & Karmann (2002) a caverna possui 7.750 m de extensão e está subdividida em Brejões I e Brejões II, devido a um trecho desmoronado. Está situada na porção norte da borda oriental da Bacia de Irecê, a qual é caracterizada pelo predomínio de sequências carbonáticas com intercalações subordinadas de rochas terrígenas, constituindo a Formação Salitre, unidade neoproterozoica do Grupo Una, Supergrupo São Francisco. A caverna desenvolve-se em calcissiltitos laminados cinzentos com finas intercalações de laminitos algais. Para Bomfim et al. (1985) a Unidade Gabriel litologicamente é composta por estreitas intercalações de calcissiltitos, calcilutito e calcarenito fino, caracterizados por uma coloração rósea, creme e cinza, laminação plano paralela e presença constante de cristais cúbicos de pirita e/ou limonita. Pequenos corpos de rochas dolomitizadas, de coloração cinza a creme, aspecto maciço, sempre com fraturamento superficial acentuado ocorrem associados aos litotipos da unidade. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Não se aplica. |
Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Rúptil |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR12e - Caverna |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Courbon e Chabert (1986) afirmam que a Gruta dos Brejões I possui os maiores salões em área do Brasil: Salão do Cânion = 19.900 m² Salão da Clarabóia = 19.700 m² De acordo com Berbert-Born e Horta (1995), a Gruta dos Brejões I possui o segundo maior pórtico do Brasil com 106 m de altura. Perde apenas para a Gruta Casa de Pedra com seus 215 m, situada em Iporanga (SP). Racekiela cavernicola n. sp., primeiro registro de esponja de água doce em cavernas na Região Neotropical, foi descoberta na Lapa dos Brejões (Volkmer-Ribeiro et al., 2010). |
Bibliografia |
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Barleto, E. A; Souza, H. N; Lessa, G. 2007. Conservação do Patrimônio Paleontológico, Arqueológico e Cultural na APA Gruta dos Brejões/Vereda do Romão Gramacho - BA. Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Espeleologia; Sociedade Brasileira de Espeleologia; Ouro Preto - MG, p. 39-46. Berbert-Born, M; Horta, L. S. 1995. Espeleologia. In: Rocha, J.A. e Costa, I.V.G. (org.) Município de Morro do Chapéu (BA). Salvador, CPRM. p. 158-202 (Projeto Mapas Municipais Informações Básicas para o Planejamento e Administração do Meio Físico). Berbert-Born, M; Karmann, I. 2002. Lapa dos Brejões - Vereda Romão Gramacho, Chapada Diamantina, BA. In: Schobbenhaus,C.; Campos,D.A.; Queiroz,E.T.; Winge,M.; Berbert-Born,M.L.C. (Edit.). Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. DNPM/CPRM - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP) - Brasília ; 554 pp. Bomfim, L.F.C.; Rocha, A.J.D.; Pedreira, A.J.; Morais, J.C., P; Guimarães, J.T.; Tesch, N.A. 1985. Projeto Bacia de Irecê, Relatório Final, Salvador, CPRM. Courbon, P; Chabert, C. 1986. Atlas des Grandes Cavites Mondiales. Union Internationale de Speleologie and Federation Francaise de Speleologie. 255 pp. Fuertes-Gutiérrez, I. & Fernández-Martínez, E. 2010. Geosites inventory in the Leon Province (Northwestern Spain): a tool to introduce geoheritage into regional environmental management. Geoheritage, 2:57–75. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1007/ s12371-010-0012-y. Rocha, A.J.D & Pedreira, A.J. 2013. Geoparque Morro do Chapéu, Bahia (proposta). Org: Adalberto de Figueiredo Ribeiro. Salvador, CBPM, 64 p. Volkmer-Ribeiro, C; Bichuette, M.E; Machado, V.S. 2010. Racekiela cavernicola (Porifera: Demospongiae) new species and the first record of cave freshwater sponge from Brazil. Unisinos - Neotropical Biology and Conservation 5(1):53-58. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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APA Gruta dos Brejões / Vereda Romão Gramacho (Estadual) | UC de Uso Sustentável | Área de Proteção Ambiental |
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Proteção Indireta
Populações tradicionais: | Quilombolas |
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Relatar: | |
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Não há. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Estadual |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Razoável |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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De acordo com o guia (morador do povoado local) o geossítio fica inacessível em épocas de cheia do Rio Jacaré, o que costuma ocorrer entre os meses de novembro e janeiro. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 350 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 1000 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 2 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse sem acesso direto por estrada mas situado a menos de 1 km de uma estrada acessível por veículos | 1 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 210 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse sem acesso direto por estrada, mas situado a menos de 1 km de uma estrada acessível por veículo | 1 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas apenas ocasionalmente | 3 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) nem rede de comunicações móveis e situado a mais de 50 km de serviços de socorro | 1 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 100 km do ocal de interesse | 2 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existe um valor ecológico ou um cultural a menos de 20 km do local de interesse | 1 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 2 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem mais de 5 tipos de elementos da geodiversidade (mineralógicos, paleontológicos, geomorfológicos, etc.) | 4 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 265 | |||
Valor Turístico | 210 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
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Valor Científico: | 350 |
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Valor Educativo: | 265 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 210 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 210 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Uso Sustentável - Área de Proteção Ambiental |
Justificativa: | A caverna possui amplos salões e galerias, além de gigantescos espeleotemas, constitui importante sítio paleontológico e arqueológico, com presença de pinturas rupestres e fósseis da megafauna. Todos os anos no mês de agosto ocorre a Festa de Nossa Senhora dos Milagres que atrai uma multidão para a caverna e coloca em risco sua conservação. Nos dias desta festa religiosa ocorrem práticas que podem danificar o geossítio, como por exemplo: soltar fogos no interior e nas proximidades da caverna, colocar oferendas religiosas sobre espeleotemas, acender velas, jogar lixo, etc. |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Rafael Altoe Albani |
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Email: | geoalbani@outlook.com |
Profissão: | Geógrafo |
Instituição: | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/4296891043543578 |