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Eolianitos: dunas cimentadas do Delta do Parnaíba
Luís Correia -
PI , Lat.:
2.908171892 Long.:
41.559509277
Última alteração: 10/09/2021 00:02:07
Última alteração: 10/09/2021 00:02:07
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
240
Valor Educativo:
275 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
245 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
355 (Risco Alto)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Eolianitos: dunas cimentadas do Delta do Parnaíba |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Sedimentologia |
Classificação temática secundária: | Formações superficiais |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 118 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | 2.908171892 |
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Longitude: | 41.559509277 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 4 m m |
Estado: | PI |
Município: | Luís Correia |
Distrito: | |
Local: | Praia de Barramares e Praia de Itaqui |
Ponto de apoio mais próximo: | Luis Correia, PI |
Ponto de referência rodoviária: | Praia de Barramares e Praia de Itaqui |
Acesso: | Saindo do centro da cidade de Luis Correia em direção à praia de Barramares, após um percurso de 12 km pela PI-116 dobra-se à esquerda num percurso de 1 km até final do acesso; e depois virando à esquerda por mais 1 km e depois novamente a direta e após 500 m chega-se ao afloramento. Outras exposições de eolianitos ocorrem ainda próximo a praia do Arrombado, em frente a árvore torta, e na Praia de Itaqui proximidades do Farol e também em Barreirinhas. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Deve-se a Sayles (0931) a introdução do termo eolianitos para depósitos eólicos cimentados por carbonato, predominantemente calcita meteórica, no Quaternário das Bermudas e encontrados em áreas costeiras com forte conteúdo de areias biogênicas (Fairbridge & Johnson, 1978; Pye, 1983; Tucker & Wright, 1990). Como consequência dessa origem, os eolianitos recebem, para a sua formação, um forte controle do clima e nível relativo do mar (Brooke, 2001). Esse controle manifesta-se na forma do acúmulo de material carbonático biogênico e na subsequente exposição deste material à ação de ventos, esses como agente de transporte. Classificado e entendido como uma paleoduna, os eolianitos, com suas características intrínsecas e particulares evidenciadas através de estruturas sedimentares bem preservadas e ausência de vegetação, constituem uma unidade geológica de idade holocênica com indicativos da história climática e sedimentar das áreas nas quais são encontrados. Como unidade rara e ocorrência restrita ao nordeste do Brasil são encontrados em estado de preservação muito bom permitindo, através da interpretação de suas formas e estruturas, uma interpretação mais segura quanto à sua gênese. Os fatores de formação dos eolianitos são, em tese, os mesmos defendidos para as dunas costeiras com uma característica intrínseca e muito particular ligada a uma dependência direta do aporte biogênico carbonático. Datações em amostras de eolianitos têm permitido posicioná-los num período de tempo de formação entre 8.000 e 3.200 anos atrás e indicando que os eolianitos mais antigos são aqueles situados mais próximos à linha de costa.O vento, como agente erosivo natural, age sobre os pacotes eólicos cimentados desgastando-os e gerando formas curiosas típicas e denunciantes de um relevo ruiniforme. Emoldurados e cercados por dunas móveis mais recentes ocorrem como formas típicas e peculiares ao litoral do Nordeste brasileiro. Sendo assim, os eolianitos são testemunhos de condições eustáticas e climáticas bem diferentes das atuais, dados estes que levam a uma necessidade de sua preservação como elemento geológico e geomorfológico dessa porção da zona costeira do Nordeste. Foram essas características intrínsecas e particulares que fundamentaram a inserção dos eolianitos de Flecheiras/CE, pelo Serviço Geológico do Brasils-CPRM, como um sítio do patrimônio geológico nacional segundo a Comissão Nacional de Sítios Geológicos e Paleontológicos (Sigep). |
Abstract |
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Sayles (0931) introduced the term eolianites for carbonate-cemented wind deposits, predominantly meteoric calcite, in the Bermuda Quaternary and found in coastal areas with a high content of biogenic sands (Fairbridge & Johnson, 1978; Pye, 1983; Tucker & Wright, 1990). As a consequence of this origin, eolianites receive, for their formation, a strong control of the climate and relative sea level (Brooke, 2001). This control is manifested in the form of the accumulation of biogenic carbonate material and the subsequent exposure of this material to the action of winds, these as a transport agent. Classified and understood as a paleodune, the eolianites, with their intrinsic and particular characteristics evidenced through well-preserved sedimentary structures and absence of vegetation, constitute a geological unit of Holocene age with indications of the climatic and sedimentary history of the areas in which they are found. As a rare unit and occurrence restricted to the northeast of Brazil, they are found in a very good state of preservation, allowing, through the interpretation of their forms and structures, a safer interpretation as to their genesis. The factors of formation of the eolianites are, in theory, the same defended for the coastal dunes with an intrinsic and very particular characteristic linked to a direct dependence on the carbonate biogenic input. Dates on samples of eolianites have allowed them to be positioned over a period of formation between 8,000 and 3,200 years ago and indicating that the oldest eolianites are those located closest to the coastline.The wind, as a natural erosive agent, acts on the cemented wind packages, wearing them out and generating typical curious shapes and denouncing a ruiniform relief. Framed and surrounded by more recent mobile dunes, they occur as typical and peculiar forms to the coast of Northeast Brazil. Thus, the eolianites are testimonies of eustatic and climatic conditions very different from the current ones, data that lead to a need for its preservation as a geological and geomorphological element of this portion of the Northeast coastal zone. It was these intrinsic and particular characteristics that supported the insertion of the eolianites of Flecheiras / CE, by the Geological Service of Brasils-CPRM, as a national geological heritage site according to the National Commission for Geological and Paleontological Sites (Sigep). |
Autores e coautores |
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José Sidiney Barros, Vanda Claudino-Sales |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Quaternário |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Areia |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : | Na praia de Itaqui os eolianitos ocorrem na forma de cordões com cristas descontínuas e dimensões que variam para uma altura de 1 a 8 m e extensão 20 a 50 m. Nas áreas das praias de Coqueiro, Carnaubinha-Maramar e Macapá apresentam direções WNW. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Atuais/Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR2f - Praias | |
FR2g - Deltas | |
FR3a - Dunas | |
FR3a2 - Dunas Inativas | |
FR4b - Paleofalésias |
Ilustração
Inclinação dos eolianitos na praia de Itaqui onde é possível determinar a direção do vento. Fotografia: Sidiney Barros. |
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Os estudos sobre os sistemas eólicos carbonáticos no Quaternário do Brasil tem dois aspectos que os justificam: como fonte de informação para a elaboração e validação de modelos climáticos na escala secular ou milenar e a escassez de estudos das diferentes morfologias apresentadas, composição petrográfica, datações e o conhecimento sobre as diferentes feições eólicas costeiras (Hesp, 2000; Giannini et al., 2005; Martinho et al., 2006; Gainnini et al., 2011). |
Bibliografia |
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BROOKE, B. 2001. The distribuition of carbonate eolianitos. Earth Science Reviews 55 Z2001): 135-164. FAIRBRIDGE, R. W. & JOHNSON, D. L. 1978. Eolianite. In: FAIRBRIDGE, R. W. & BOURGEOIS, J. eds. The Encyclopedia of Sedimentology. Dowden, Hutchinson and Ross. Stroudsburg. GIANNINI, P. C. F.; ASSINE, M. L.; BARBOSA, L.; BARRETO, A. M. F.; CARVALHO, A. M.; CLAUDINO-SALES, V.; MAIA, L.P.; MARTINHO, C. T.; PEULVAST, J. P.; SAWAKUCHI, A. O.; TOMAZELLI, L. J. 2005. Dunas e apleodunas eólicas costeiras e interiores. In: SOUZA, C. R. G.; SUGUIO, K.; OLIVEIRA, P. E.; OLIVEIRA, A. M. es. Quaternário do Brasil (Capítulo 11). Abequa, ANP, FAPESP, IG, UnG. Ribeirão Preto, SP, Holos Editora, p.235-257. GIANNINI, P. C. F.; SAWAKUCHI, A. O.; MARTINHO, C. T.; GUEDES, C. C. F.; NASCIMENTO, D. R., Jr.; TANAKA, A. P. B.; MENDES, C. C. F.; ZULAR, A.; ANDRADE, H. A. A.; FORNARI, M. 2011. Classificação e dinâmica de feições eólicas costeiras: um modelo sistêmico baseado em exemplos brasileiros. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNÁRIO (ABEQUA), 13, Armação de Búzios, RJ. Anais...meio digital (internet) Armação de Búzios. HESP, P. A. 2000. Coastal sand dunes. Form and function. Massey, Massey University, 28 p. (CDNV Technical Bulletin, 4). MARTINHO, C. T.; GIANNINI, P.C. F.; SAWAKUCHI, A. O.; HESP, P. A. 2006. Morphological and depositional facies of transgressive duna fields in the Imbituba-Jaguaruna region, Santa Catarina State, Southern Brazil. Journey of Coastal Research, SI39: 673-677. PYE, K. 1983. Formation and history of Queensland coastal dunes. Z. Geomorphol., suppli-bd.45: 175-204. SAYLES, R. W., 1931. Bermuda during the ice age. Proceedings of the American Academy of Arts and Science. 66(1): 381-468. TUCKER, M. E. & WRIGHT, V. P. 1990. Carbonate Sedimentology. Blackwell Scientific Publications, Oxford, 479 p. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
Relatar: | |
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Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Privado |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Extrema |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como um dos locais-tipo secundário, sendo a fonte de um ou mais parastratótipo, unidades litodêmicas, parátipo ou sintipo | 1 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Existem artigos sobre o local de interesse em revistas científicas nacionais, diretamente relacionados com a categoria temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse tem problemas de preservação e os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão alterados ou modificados | 1 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 1 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
Valor Científico | 240 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração de todos os elementos geológicos | 4 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal nem controle de acesso | 4 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 355 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 20 km do local de interesse | 3 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 2 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos comum nas várias regiões do país | 1 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados nas escolas de ensino básico | 3 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | O público necessita de algum conhecimento geológico para entender os elementos geológicos que ocorrem no sítio | 3 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 4 |
Valor Educativo | 275 | |||
Valor Turístico | 245 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 240 |
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Valor Educativo: | 275 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 245 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 355 (Risco Alto) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a curto prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Jose Sidiney Barros |
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Email: | sidiney.barros@cprm.gov.br |
Profissão: | Pesquisador em Geociências |
Instituição: | SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL/CPRM/RETE |
Currículo Lattes: | http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do |