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FOLIAÇÕES VERTICALIZADAS DO VALE DO QUEIROZ, RIO DE CONTAS, BAHIA.
Rio de Contas -
BA , Lat.:
-13.521640778 Long.:
-41.950248718
Última alteração: 31/05/2021 14:36:51
Última alteração: 31/05/2021 14:36:51
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
275
Valor Educativo:
260 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
230 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
155 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | FOLIAÇÕES VERTICALIZADAS DO VALE DO QUEIROZ, RIO DE CONTAS, BAHIA. |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Metamorfismo |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | NÃO |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Alto Rio de Contas - BA) |
Localização
Latitude: | -13.521640778 |
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Longitude: | -41.950248718 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | 1548 m |
Estado: | BA |
Município: | Rio de Contas |
Distrito: | MATO GROSSO |
Local: | Trilha para o Pico das Almas |
Ponto de apoio mais próximo: | Rio de Contas |
Ponto de referência rodoviária: | Cerca de 15km de Rio de Contas, em estrada de terra. Para-se o carro na Fazenda Silvina |
Acesso: | Da fazenda Silvina são cerca de 1800 metros, já na trilha para o Pico das Almas |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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O sítio localiza-se na trilha para o Pico das Almas, que dista cerca de 15 km a noroeste da sede do município de Rio de Contas, os quais podem ser percorridos por estrada não pavimentada, com alguns pontos de mais difícil acesso. Após passar pela fenda entre conglomerados, tem-se a vista do Vale do Queiroz: um planalto cercado por morros de perder a vista. A vegetação é gramínea a arbustiva, similar a um pasto. Essa planície é toda cortada por afloramentos subverticalizados de rocha metavulcânica da Formação Novo Horizonte e Ouricuri do Ouro deformada, bem como por drenagens rasas que formam poços de água cristalina. Há local de acampamento próximo a uma dessas drenagens, onde se encontra um areial. Os corpos d’água aflorantes na planície do Vale do rio Queiroz, que pertence ao domínio geomorfológico Chapadas e Platôs, cujo relevo é levemente ondulado possuem máxima dessa drenagem chega aos cinco metros e, nos trechos amostrados, até um metro e meio de profundidade. Na margem do rio Queiroz foi possível observar um perfil com espessura que varia de um a cinco metros em que nota-se processo de pedogênese nesses sedimentos, com formação de neossolo litólico. Nesse perfil foram observada três camadas: (i) horizonte A, com cerca de 1 a 5 cm de espessura, cor ocre-amarronzado e granulometria argilo-arenosa; (ii) horizonte B, com variação entre 30-40 cm, cor marrom e granulometria argilo-siltosa. Concreção ferruginosa pode ser encontrada; (iii) horizonte C com seixos subarredondados a subangulosos de rocha metavulcânica, bem como de quartzo leitoso e hialino. Essa camada está em contato erosivo com as rochas metavulcânicas da Formação Novo Horizonte. Nas proximidades do leito do rio ocorrem vários afloramentos em lápide de de rocha rosada a cinza, inequigranular e de matriz fina composta por quartzo e moscovita a afanítica. Pórfiros de quartzo e feldspato de 0,5 mm a 2 cm sendo contornados por foliação S2 que varia de espaçada, disjuntiva e de orientação forte a anastomótica, marcada pela orientação de moscovita e quartzo. Nos domínios de foliação contínua é possível encontrar níveis de filonitizados. A medidas obtidas nos pontos variam de 215/70 a 240/85. Em lamina, a rocha é composta por uma matriz fina a afanítica composta por quartzo, feldspato e moscovita. Apresenta textura porfiroclástica vista em grãos de quartzo e feldspato, muitas vezes interlobados e com embaiamento e uma aureola ao redor de material afanítico e isotrópico. Esses pórfiros encotram-se contornados pela foliação composta por quartzo e moscovita, estando muitas vezes rotacionados. Também tem as texturas nematoblástica e lepidoblástica, marcadas pelo quartzo e feldspato e moscovita, respectivamente. Ao longo do rio Queiroz estão inúmeros seixos de quartzo hialino que estão orientados na direção do curso d’água. Confrontando a orientação do rio Queiroz no vale homônimo com a orientação geral da foliação S2, pode-se interpretar que existe um controle estrutural para essa drenagem. No ponto RM - 73, esse controle fica evidente, quando comparadas as direções dessa foliação com o trend da drenagem. O ponto tem importância cientifica pedológica pela presença de solo bem exposto, horizonte A, B, regolito e rocha inalterada, compondo um bom perfil. Local de grande expressão estrutural, sendo possível a hierarquização das estruturas em relação à geologia regional, além de contar com inúmeras estruturas como zonas de cisalhamento, S/C, grãos rotacionados etc. Também apresenta valor hidrológico e hidrogeológico, uma vez que é um dos afluentes do Rio Brumado, principal rio da região, responsável pela água usada no cultivo de manga, segunda maior fonte de renda do município (IBGE). Quanto à geomorfologia, mostra como a erosão diferencial das rochas mais deformadas pode ser um agente esculpidor da paisagem e, aliado a isso, como o controle estrutural direciona os cursos de água na região da Chapada Diamantina como um todo. Por fim, a beleza cênica do Vale do Queiroz não pode deixar de ser mencionada, com seus afloramentos em lápide, diversos e sempre orientados segundo trend NNW-SSE regional, corpos d’água e o relevo destoante pela diferença litológica e estrutural. |
Abstract |
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Drainage outcropping in the plains of the Queiroz river valley, which belongs to the geomorphological domain Chapadas e Platôs, whose relief is slightly undulating. The maximum width of this drainage reaches five meters and, in the sampled sections, up to one and a half meters deep. On the bank of the Queiroz River it was possible to observe a profile with a thickness that varies from one to five meters in which a process of pedogenesis in these sediments can be seen, with the formation of a litolic neosoil. In this profile, three layers were observed: (i) horizon A, about 1 to 5 cm thick, brownish ocher color and sandy-clay granulometry; (ii) horizon B, with variation between 30-40 cm, brown color and clay-silty granulometry. Ferruginous concretion can be found; (iii) horizon C with rounded to subangular pebbles of metavolcanic rock, as well as milky and hyaline quartz. This layer is in erosive contact with the metavolcanic rocks of the Novo Horizonte Formation. In the vicinity of the riverbed there are several outcrops on a pink to gray rock headstone, unequigranular and fine fabric composed of quartz and muscovite to aphanitic. Quartz and feldspar porphytes from 0.5 mm to 2 cm being contourned by S2 foliation that varies from spaced, disjunctive and strongly oriented to anastomotic, marked by muscovite and quartz orientation. In the areas of continuous foliation, it is possible to find levels of philonitis. The measurements obtained in the points vary from 215/70 to 240/85. In thin section, the rock is composed of a fine aphanitic fabric composed of quartz, feldspar and muscovite. It presents porphyroclastic texture seen in grains of quartz and feldspar, often interlobed and with fogging and an aureole around aphanitic and isotropic material. These porphyry are surrounded by foliation composed of quartz and muscovite, and are often rotated. It also has nematoblastic and lepidoblastic textures, marked by quartz and feldspar and muscovite, respectively. Along the Queiroz River are numerous pebbles of hyaline quartz that are oriented in the direction of the watercourse. Confronting the orientation of the Queiroz River in the homonymous valley with the general orientation of the S2 foliation, it can be interpreted that there is a structural control for this drainage. At point RM - 73, this control is evident when comparing the directions of this foliation with the drainage trend. The point has pedological scientific importance due to the presence of well exposed soil, horizon A, B, regolith and unaltered rock, composing a good profile. It also has hydrological and hydrogeological value, since it is one of the tributaries of the Brumado River, the main river in the region, responsible for the water used in the cultivation of mango, the second largest source of income in the municipality (IBGE). As for geomorphology, it shows how the differential erosion of the most deformed rocks can be a sculpting agent of the landscape and, allied to this, how structural control directs water courses in the Chapada Diamantina region as a whole. Finally, the scenic beauty of the Queiroz Valley cannot be overlooked, with its tombstone outcrops, diverse and always oriented according to the regional NNW-SSE trend, drainage and the distant relief due to the lithological and structural difference. |
Autores e coautores |
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Ramon Borges Nolasco Oliveira (UFBA - Universidade Federal da Bahia) (Cadastro) Simone Cerqueira Pereira Cruz (UFBA - Universidade Federal da Bahia) Violeta de Souza Martins (CPRM - Serviço Geológico do Brasil) Michelli Santana Santos (UFBA - Universidade Federal da Bahia) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Disconformidade – intervalo de erosão ou não deposição entre camadas sedimentares, com ou sem ravinamento |
Rochas Ígneas
Categoria: | Vulcânica - Derrame |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: Regional (dinamotermal) |
Facie Metamorfismo: Xisto verde |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Dúctil / Rúptil |
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Regime Tectônico: | Compressional |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1b - Terraços Fluviais | |
FR1d - Leques Aluviais | |
FR5c - Vales encaixados | |
FR5e - Cachoeiras | |
FR8a - Cuestas | |
FR8d - Vales estruturais | |
FR8f - Vales anticlinais | |
FR11b - Morro | |
FR11c - Planalto | |
FR11d - Serra | |
FR11i - Cabeceira de drenagem |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Bibliografia |
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Martins, V. S; Ferreira, R. V; G, T. S; Espinheira, A. R. L; Costa, C. A. S; Comerlato, Fabiana. Geoparque Alto Rio de Contas (BA) – Proposta. CPRM, 2017.Pedrosa et al., 2007 Danderfer Filho, A. 1990. Análise estrutural descritiva e cinemática do Supergrupo Espinhaço na região da Chapada Diamantina (BA). Unpl. Master Thesis, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 169p. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Parque Municipal Natural da Serra das Almas (Municipal) | UC de Uso Sustentável | Área de Proteção Ambiental |
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Proteção Indireta
Relatar: | |
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Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como um dos locais-tipo secundário, sendo a fonte de um ou mais parastratótipo, unidades litodêmicas, parátipo ou sintipo | 1 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 4-5 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 1 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 275 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Não se aplica. | 0 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Não se aplica. | 0 |
Risco de Degradação | 155 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse | 4 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse ocasionalmente usado em campanhas turísticas do país, mostrando aspectos geológicos | 3 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos comum nas várias regiões do país | 1 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | Existem obstáculos que tornam difícil a observação de alguns elementos geológicos | 3 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem mais de 5 tipos de elementos da geodiversidade (mineralógicos, paleontológicos, geomorfológicos, etc.) | 4 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH idêntico ao se verifica no estado | 2 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 4 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 260 | |||
Valor Turístico | 230 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 275 |
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Valor Educativo: | 260 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 230 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 155 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a médio prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Ramon Borges Nolasco Oliveira |
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Email: | moitaborges15@gmail.com |
Profissão: | (Aguardando atualização curricular) |
Instituição: | UFBA - Universidade Federal da Bahia |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/2615744071138858 |