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Conglomerado Diamantífero Sopa, Região de Diamantina, MG: Marco Histórico da Mineração do Diamante no Brasil
Diamantina -
MG , Lat.:
-18.255466461 Long.:
-43.680446625
Última alteração: 20/05/2025 07:48:33
Última alteração: 20/05/2025 07:48:33
Status: Em análise





Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Conglomerado Diamantífero Sopa, Região de Diamantina, MG: Marco Histórico da Mineração do Diamante no Brasil |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | História da mineração |
Classificação temática secundária: | Ambientes marinho |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 36 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -18.255466461 |
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Longitude: | -43.680446625 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | m |
Estado: | MG |
Município: | Diamantina |
Distrito: | Sopa |
Local: | |
Ponto de apoio mais próximo: | Diamantina |
Ponto de referência rodoviária: | Diamantina |
Acesso: | No presente texto, entende-se o “Sítio Sopa” como restrito ao Distrito de Diamantina, possuindo afinidades geológicas em cada um dos quatro principais campos diamantíferos onde ocorre: Sopa-Guinda, São João da Chapada, Extração e Datas (Fig. 3). Em seu locus tipicus o Conglomerado Sopa aflora sobre uma faixa com cerca de 100 km de comprimento (N-S), coincidente com a porção axial da cordilheira, explicando assim a notável distribuição dos depósitos diamantíferos nos aluviões cenozoicos. A altitude dos campos é variável (em ordem decrescente): Sopa-Guinda e São João da Chapada, 1400m-1350m; Datas, 1300m-1250m; e Extração, 1150m-1050m. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Os conglomerados diamantíferos pré-cambrianos afloram em numerosas localidades nas imediações de Diamantina (Minas Gerais), na Serra do Espinhaço Meridional. Estas rochas, pertencentes à Formação Sopa-Brumadinho, do Supergrupo Espinhaço, constituem um importante sítio geológico, além de ser um marco na história da mineração: na década de 1850, pela primeira vez em todo mundo foram descobertos diamantes dentro de uma rocha. O assim designado “Sítio Sopa” se encontra espalhado por uma extensa zona com quatro pontos principais: Sopa-Guinda, São João da Chapada, Datas e Extração. A denominação “Sopa”, cuja toponímia tem permitido diversas interpretações, ganhou status de unidade geológica e como tal se destaca no contexto geológico brasileiro. Localizado em região em que houve intensa atividade mineradora nos séculos XVIII e XIX, este sítio, é marcado por uma paisagem antrópica com cicatrizes profundas e que, ainda hoje é cenário de extrativismo garimpeiro que é realizado por populações locais que apenas encontram nesse trabalho um parco meio de subsistência. Procurar soluções mitigadoras e regeneradoras para a degradação ambiental e alternativas socio-econômicas para essas comunidades, torna-se prioridade a curto e médio prazos. A elaboração de um Plano de Manejo Ambiental Sustentável contemplará as necessidades físicas, bióticas e antrópicas do sítio e das suas áreas de entorno, preservando-o verdadeiramente como sítio histórico e geológico. (Chaves et al. 2002) |
Abstract |
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Diamond-bearing precambrian conglomerates outcrop in numerous localities in the surroundings of Dimantina city (Minas Gerais State), in the Southern Espinhaço Range. These stones belong to the Sopa Brumadinho Formation, in the Supergrupo Espinhaço, and compose an important geological site and an historical mark in the mining history: in the 1850 decade for the first time all over the world were discovered diamonds inside a stone. The Sopa Site has its particularities, spreaded in an extense zone, with four main areas are presented: Sopa-Guinda, Datas, Extração, and São João da Chapada. The denomination “Sopa”, which toponymy permits several interpretations, gained importance in the geology unit and stands out in the Brazilian geology context. Located in an intense mining activity region in the XVIII and XIX centuries, the Sopa Site is characterized by an anthropic landscape that up till now is a place of rudimental mining by the local population that precariously survive from its activity. Solving the environment degradation and finding social and economic alternatives to that population are curt and medium priorities. The elaboration and the implementation of a Sustainable Environmental Management Plan that attend the physic, biotic and anthropic necessities of the site and its surroundings will really preserve the Sopa Site. (Chaves et al. 2002) |
Autores e coautores |
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Mario Luiz de Sá Carneiro Chaves (Instituto de Geociências da UFMG) Ítalo Meneghetti Filho (Consultor Ambiental) Avaliação Quantitativa: José Adilson Dias Cavalcanti (Serviço Geológico do Brasil, CPRM, Sureg-BH) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1a - Planícies Aluviais (planícies de inundação) | ![]() |
FR5c - Vales encaixados | ![]() |
FR5d - Corredeiras | ![]() |
FR11a - Colina | ![]() |
FR11b - Morro | ![]() |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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As rochas metassedimentares de natureza conglomerática que contêm diamantes na região de Diamantina, Estado de Minas Gerais, possuem amplos aspectos que permitem considerá-las de importância maior na evolução do conhecimento geológico, além de um marco na história da mineração brasileira. O levantamento dos dados a respeito desse sítio geológico é também de importância fundamental na história do diamante no mundo. Deve-se ressaltar que nos arredores de Diamantina, oficialmente em 1729, pela primeira vez a mais preciosa das gemas foi descoberta no Brasil e também fora do eixo asiático (Índia e Bornéo) onde era explorada desde os tempos antigos. Além disso, todas as lavras então conhecidas, sejam na Ásia ou no Brasil, se processavam em aluviões recentes, até a descoberta dos conglomerados do tipo “Sopa” em Diamantina, ocorrida em meados do século XIX. Em termos geológicos, a região onde se situa o sítio objeto deste estudo é a “Província Diamantífera da Serra do Espinhaço”, a qual abrange os estados de Minas Gerais e Bahia. Nesta província mineral são reconhecidos diversos distritos diamantíferos, dentre os quais o de Diamantina se destaca como o mais importante, tanto nos aspectos históricos, como nos aspectos econômicos. No âmbito do Distrito de Diamantina, foram extraídos cerca de 30% - 40% de todos os diamantes já produzidos no Brasil, significando algo em torno de 30.000.000 de quilates (Chaves et al., 1993). Deve-se ressaltar que a região tem produzido diamantes ininterruptamente desde a descoberta dos primeiros depósitos, e que ainda atualmente é um importante meio de subsistência para a população local. Toponímia A origem do termo Sopa é bastante controvertida, havendo diversas concepções a respeito da mesma. A mais comum é que esta terminologia tenha tido como base o fato de que a rocha, após seu desmonte hidráulico, quando acumulada nas “catas” abertas pelos garimpeiros costuma efervescer, ou ferver, em linguagem local, como uma sopa. Outra hipótese é que, em algumas áreas onde a matriz do conglomerado é muito micácea e de cor verde, inicialmente confundida como uma matriz talcosa por geólogos sul-africanos que atuaram em Diamantina na década de 1920. Como tal matriz era escorregadia, esses geólogos chamaram tal rocha de soapstone ou simplificadamente soap (sabão), que foi adaptado pelo linguajar garimpeiro para sopa. Uma terceira versão, mais simplista, acredita que o termo tem sua origem no aspecto caótico e variado apresentado pelos seixos do conglomerado, que quando cortado pode assemelhar-se a uma sopa de muitos ingredientes. Estudos desenvolvidos nos séculos XVIII e XIX A primeira referência a respeito da descoberta do diamante no Brasil foi devida ao pioneiro da mineralogia no país, José Bonifácio de Andrada e Silva. Ele publicou no final do século XVIII em Paris, sua “Memória sobre os diamantes do Brasil” (Andrada e Silva, 1792), onde descreveu as lavras e o modo de ocorrência deste mineral em várias localidades, destacando-se os rios “Geguitignona” (Jequitinhonha) e “Toucanbirnem” (Itacambira ou Itacambirussu). Este pesquisador antecipou-se assim em mais de dez anos aos naturalistas europeus que visitaram o país ao longo do século XIX. O geólogo e comerciante inglês John Mawe foi o primeiro desses naturalistas, que além de descrever as áreas diamantíferas, provavelmente reconheceu o Conglomerado Sopa ao mencionar na região de Diamantina a existência de “xistos micáceos com massas grosseiras de grés e seixos de quartzo, formando uma espécie de pudding pouco compacto e friável” (Mawe, 1812), apesar de não relacioná-los com os diamantes da região. O Barão von Eschwege, convidado por Dom João VI, chegou ao Brasil em 1810, com a missão de reorganizar as minas de ouro em decadência. Suas publicações na área de geologia econômica (incluindo sobre o diamante) são pioneiras, destacando-se o “Quadro geognóstico do Brasil e a provável rocha matriz do diamante” (Eschwege, 1822) e o famoso “Pluto Brasiliensis” (Eschwege, 1833). Spix & Martius (1828), príncipes e naturalistas prussianos, subiram ao Pico do ltambé, ponto culminante da Serra do Espinhaço (2002 m), mostrando com detalhes a geologia e a presença de diamantes neste local: “... compõe-se inteiramente de xisto quartzítico, branco acinzentado, em geral de granulação fina que, nas alturas, contem localmente grandes quantidades de fragmentos de quartzo arredondados, à maneira de brechas. É surpreendente o fato de nele haverem achado diamantes, em considerável altura”. Não se sabe ao certo quando o Conglomerado Sopa começou a ser lavrado na região de Diamantina. Burton (1869), viajante e escritor inglês, tradutor para o Ocidente dos contos árabes das “Mil e uma noites”, descreveu o “Itacolomito branco e vermelho, granular e quartzoso...” como a rocha-fonte do diamante e, buscando comprovar a hipótese: “todas as lavras que não ficam perto de rios, estão na base de alguma massa de pedra”. Nas lavras de São João da Chapada, descritas em detalhe, as pedras eram lavradas da matriz argilosa de uma brecha e/ou conglomerado com clastos de quartzito. Em seu relato, estas lavras vinham sendo operadas “há uns dez anos”; logo os primeiros conglomerados reconhecidos como diamantíferos foram descobertos na década de 1850. No final do século, destacaram-se os vários estudos de Henry Gorceix e Orville Derby. Gorceix (1880, 1881) atribuiu aos “filões de quartzo” a rocha matriz do diamante, observando que os mesmos satélites que ocorrem em aluviões são comumente encontrados nos veios, atribuindo ao Conglomerado Sopa origem aluvionar, de possível idade terciária. Por sua vez, Derby (1879,1882), considerou o diamante como detrítico nos conglomerados, estando a matriz primária também relacionada a veios de uma “eruptiva ácida alterada”, que cortaria sua “série inferior” de xistos e quartzitos. |
Bibliografia |
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Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
Reserva de Biosfera: | Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço e da Mata Atlântica, r |
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Relatar: | |
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Por suas importâncias históricas, facilidades de acesso e proximidades de Diamantina, além da grande abundância de conglomerados ainda preservados, certos trechos dos campos de Sopa-Guinda e de Extração foram “selecionados” para constituírem áreas de implantação de unidades voltadas à recuperação e preservação da memória do Sítio Sopa. Antecedentes históricos Em termos antrópicos, a ocupação das regiões vizinhas ao Sítio Sopa foi intensificada em função da descoberta de diamantes em seus domínios, ao ponto de ter sido nos séculos XVIII e XIX, centro de atração comercial e até mesmo cultural, comparado aos dias atuais em que a população, empobrecida, sobrevive na esperança de dias melhores. Alguns autores, sobretudo naturalistas europeus em viagens ao Brasil (como Freyreiss, 1813; Saint-Hilaire, 1833), criticaram o modo como os fluxos colonizatórios de Portugal se relacionavam com a cultura nativa, desperdiçando esforços na tentativa de subjugá-la visando uma exploração imediata de recursos naturais, despreocupando-se em planejar e/ou implementar qualquer tipo de atividade econômica estável e duradoura. Além disso, ressalta-se o atraso tecnológico lusitano, ao se valer de técnicas primitivas de mineração, desenvolvidas pelos seus próprios “subalternos”, os negros africanos, comparadas àquelas empregadas na época, sobretudo pelos ingleses e alemães. Assim, sítios geológicos de atividades mineradoras como os da região de Diamantina, guardam em sua memória ambiental marcas profundas da inépcia de seus exploradores e sofrimento das populações exploradas no trabalho escravo do negro, do genocídio das comunidades indígenas e da segregação e expropriação do elemento mestiço. Tais marcas de sofrimentos acumulados, somadas a degradação contínua do ambiente, tornam-se difíceis de serem apagadas pelo tempo, restando, à sociedade atual, o esforço no sentido de atenuar tais impactos. Na realidade então, ao se tratar de medidas protetoras a sítios geológicos ou paleontológicos de intensa atividade antrópica, deve-se ressaltar que são propostas atenuadoras e regeneradoras, uma vez que tais ambientes se encontram, em geral, intensamente degradados pela atividade humana, empreendida em função da exploração gananciosa de seus recursos. Logo, tais medidas de proteção devem evoluir para um conceito de medidas mitigadoras e regeneradoras, como consequência da impossibilidade de proteção total da área nas suas características originais, em associação com propostas concretas de aproveitamento das populações locais em outras atividades producentes. Cenário atual As várias localidades abrangidas pelo Sítio Sopa constituem uma formação geológica de quartzitos onde se intercalam os conglomerados diamantíferos do tipo Sopa. Evidentemente, um ambiente com tal recurso mineral se tornou desde os primórdios da sua descoberta local de intenso extrativismo desorganizado, o que vale dizer, de impactos ambientais profundos. Na atualidade o Sítio Sopa caracteriza-se por um cenário marcado de paisagem antrópica, resultado da intensa atividade de lavra do diamante associada aos processos de intemperismo e erosivos naturais. Em consequência, o solo encontra-se desnudado de cobertura vegetal, retroalimentando os mesmos processos degradadores da paisagem, bastante revolvido na maior parte das áreas e muito irregular, com escavações, secas ou inundadas, originadas das múltiplas fases de garimpagem. Existe ainda atividade de lavra de subsistência, com técnicas rudimentares, consumindo elevada energia humana e baixíssimo resultado econômico por parte das populações locais, residentes em vilarejos pobres e desprovidos de recursos. No entanto, a malha viária regional é relativamente bem distribuída e de boa qualidade, com estradas principais asfaltadas e vicinais de terra batida trafegáveis o ano inteiro. Não existe atividades turísticas organizadas para visitação às diversas áreas do sítio, mas estas são alvos de trânsito permanente de garimpeiros e também de excursões constantes de grupos de estudantes e pesquisadores organizadas pelo Centro de Geologia Eschwege. Não existem ainda, por parte de órgãos governamentais, atividades de conscientização para a importância da região, ficando esta restrita à inciativa individual de um ou outro habitante local e, mais frequentemente, aos esforços particulares de pesquisadores ligados ao Centro Eschwege. Estes esforços buscam despertar nos estagiários de geologia das diversas Universidades brasileiras, o valor geológico e histórico do Sítio Sopa para a geologia regional e origem da sociedade local. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse não está muito bem preservado, mas os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) ainda estão preservados | 2 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
Valor Científico | 330 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos elementos geológicos secundários | 2 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal nem controle de acesso | 4 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 270 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração de elementos geológicos secundários por atividade antrópica | 3 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse | 4 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas do país, mostrando aspectos geológicos | 4 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 10 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 3 |
Valor Educativo | 325 | |||
Valor Turístico | 315 |
Classificação do sítio
Relevância: |
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330 |
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325 (Relevância Nacional) |
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315 (Relevância Nacional) |
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270 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a longo prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -18.264565722501462 e Longitude: -43.69215000803591 |
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Ponto 2: | Latitude: -18.2187856373187 e Longitude: -43.69146402407662 |
Ponto 3: | Latitude: -18.218198631524448 e Longitude: -43.72984704592659 |
Ponto 4: | Latitude: -18.200261498283993 e Longitude: -43.72970581054688 |
Ponto 5: | Latitude: -18.20137039594865 e Longitude: -43.66962432861329 |
Ponto 6: | Latitude: -18.264435304102413 e Longitude: -43.669760597142705 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |