Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº :
Não
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque:
Sim (Serra do Sincorá - BA)
Localização
Latitude:
-12.633786201
Longitude:
-41.388103485
Datum:
WGS 84
Cota:
639 m
Estado:
BA
Município:
Lençóis
Distrito:
Local:
Serra do Bode
Ponto de apoio mais próximo:
Comunidade Capivara
Ponto de referência rodoviária:
Estrada Velha do Garimpo
Acesso:
Inserido dentro dos limites do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no município de Lençóis, o acesso deve ser feito através da Trilha das Cachoeiras do Capivari e Michila. Saindo de Lençóis seguir pela Estrada Velha do Garimpo sentido Andaraí até a Comunidade Capivara, onde se inicia a trilha.
Imagem de identificação
Resumo
Resumo
Com temática principal relacionada a História do Garimpo, a Toca do Garimpeiro está localizada em Lençóis, na Serra do Bode, como localmente é conhecida a Serra do Sincorá. O sítio compõem o Roteiro Geoturístico das Cachoeiras do Capivari e Michila, e possui relevância para a História da Mineração/Garimpo na região.
As litologias encontradas no sítio estão inseridas no contexto das Coberturas Mesoproterozóicas do Supergrupo Espinhaço, compreendidas como as diferentes fácies da Formação Tombador, do Grupo Chapada Diamantina. Duas fácies foram mapeadas, uma arenosa e a outra conglomerática, sendo a primeira interpretada como um paleoambiente de sistema fluvial com rios entrelaçados e a segunda como um paleoambiente de leques aluviais (Turra, 2014). Os arenitos arcoseanos, de coloração rósea, são formados por grãos subarredondados a subangulosos e granulometria média a grossa, com presença de estratificações cruzadas e marcas de ondas. Os conglomerados são formados por clastos de quartzitos e metarenitos, subarredondados, com tamanho variando de 4 a 10 cm em uma matriz arenosa.
Tectonicamente, a área encontra-se no flanco leste do anticlinório que forma a Serra do Sincorá. Sistemas de fraturas e camadas dobradas são as evidências do evento tectônico responsável pela aglutinação do Supercontinente Gondwana. As camadas possuem uma direção preferencial NE-SW e um mergulho que varia entre 10° e 40°, para SE, enquanto as fraturas, que são encontradas com duas direções preferenciais (N-S e E-W) e mergulhos subverticais, estando associadas à fase de alívio.
Abstract
With a main theme related to the history of mining, the Toca do Garimpeiro is located in the city of Lençóis, in Serra do Bode, how is locally called the Sincorá Range. The site composes the Geotourist Itinerary of the Michila and Capivari Waterfalls’ Trail.
Autores e coautores
Renato Oliveira Fanha (UFBA)
Ricardo Fraga Pereira (UFBA)
Ramon Borges Nolasco Oliveira (UFBA)
João Gabriel Lessa (UFBA)
FR1a - Planícies Aluviais (planícies de inundação)
Local: Planície aluvial do rio Guaporé. Mun. de Costa Marques (RO).
Foto: Amilcar Adany.
FR1a - Planícies Aluviais (planícies de inundação):
Superfícies sub-horizontais constituídas de depósitos arenosos ou areno-argilosos, bem selecionados, situados nos fundos de vales, episodicamente inundáveis.
FR5c - Vales encaixados
Local: Vale do Riacho de Serra Vermelha - Planalto de Uruçui. Mun. Bertolínea (PI).
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR5c - Vales encaixados:
Representam vales com vertentes predominantemente retilíneas a côncavas, fortemente sulcadas, declivosas, com rede de drenagem em franco processo de entalhamento, resultantes de um processo de incisão fluvial moderna da rede de drenagem. Formam vales incisos sobre planaltos e chapadas, estes em geral, pouco dissecados, apresentando desnivelamentos superiores, pelo menos, a 50 metros.
FR10b - Chapadas
Local: Próximo à localidade de Cristino Câmara (PI)
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR10b - Chapadas:
Representam superfícies tabulares em forma de planaltos, terminando, geralmente, de forma abrupta. As superfícies tabulares estruturais (platôs) estão controladas pelo acamadamento das rochas sedimentares. No caso das superfícies tabulares erosivas, seus topos truncam as estruturas do substrato rochoso.
FR11d - Serra
Local: estrada entre as localidades de São Fidélis e Cardoso Moreira (RJ)
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR11d - Serra:
Representam formas de relevo acidentadas que se destacam na morfologia regional e apresentam um formato alongado numa determinada direção. O topo é, invariavelmente, demarcado por uma linha de cumeada, sendo delimitado por vertentes íngremes e declivosas em ambos os flancos.
Os caminhos da Serra do Bode demonstram a importante relação entre o ecoturismo praticado na Chapada Diamantina e a atividade garimpeira que desbravou a região. Essa herança mineira é bastante evidente na Toca do Garimpeiro, geossítio mineiro de relevância nacional e em bom estado de conservação. Localizada na parte final da subida da Serra do Bode, era utilizada como local de pernoite/descanso pelos antigos garimpeiros, possuindo uma vista privilegiada do Pediplano Carstificado a Leste da Serra do Sincorá. As rochas são formadas por camadas de arenitos arcoseanos, intercalados com conglomerados polimíticos, ambos da Formação Tombador. As camadas mergulham com direção N023/25SE, e são marcadas pela presença de fraturas nas direções N100-280 e N040-220.
O local vem sendo utilizado por turistas como ponto de descanso e, por isso, são necessárias ações de conscientização para preservação deste importante elemento da geodiversidade local. A classe temática principal deste geossítio é a História da Mineração, podendo ser exploradas outras classes secundariamente, como Geomorfologia, Estratigrafia, Sedimentologia, Paleoambiental, Tectono-estrutural e Hidrológico. O geossítio pode ser utilizado para fins recreativo-turísticos, científico e educativo, e apresenta um risco baixo de degradação, apesar das eventuais utilizações por parte dos turistas.
Bibliografia
Fanha, R.O. 2019. Inventário Geoturístico da Trilha das Cachoeiras do Capivari e Michila no Parque Nacional da Chapada Diamantina: Uma Estratégia em Geoconservação. Trabalho Final de Graduação, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia.
O local está inserido dentro do PARNA Chapada Diamantina e o acesso se dá através da Trilha das Cachoeiras do Capivari e Michila, iniciando na Comunidade Capivara. Não existe controle do acesso, mas é indicado que as visitas sejam informadas na Associação de Condutores de Visitantes de Lençóis (ACVL).
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem
Peso
Resposta
Valor
A1 - Representatividade
30
O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável)
2
A4 - Integridade
15
Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados
4
A5 - Diversidade geológica
5
Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica
2
A6 - Raridade
15
Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável)
2
A7 - Limitações ao uso
10
É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes
2
A2 - Local-tipo
20
Não se aplica.
0
A3 - Reconhecimento científico
5
Não se aplica.
0
Valor Científico
180
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem
Peso
Resposta
Valor
B1 - Deterioração de elementos geológicos
35
Existem reduzidas possibilidades de deterioração dos elementos geológicos secundários
1
B3 - Proteção legal
20
Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso
2
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação
20
Não se aplica.
0
B4 - Acessibilidade
15
Não se aplica.
0
B5 - Densidade populacional
10
Não se aplica.
0
Risco de Degradação
75
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem
P.E
P.T
Resposta
Valor
C1 - Vulnerabilidade
10
10
Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica
2
C3 - Caracterização do acesso ao sítio
5
5
O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...)
2
C4 - Segurança
10
10
Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro
2
C5 - Logística
5
5
Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse
3
C7 - Associação com outros valores
5
5
Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse
4
C9 - Singularidade
5
10
Ocorrência de aspectos únicos e raros na região
2
C10 - Condições de observação
10
5
A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições
4
C11 - Potencial didático
20
0
Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino
4
C12 - Diversidade geológica
10
0
Ocorrem mais de 5 tipos de elementos da geodiversidade (mineralógicos, paleontológicos, geomorfológicos, etc.)
4
C13 - Potencial para divulgação
0
10
Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público
4
C14 - Nível econômico
0
5
Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado
1
C15 - Proximidade a zonas recreativas
0
5
Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas
4
C2 - Acesso rodoviário
10
10
Não se aplica.
0
C6 - Densidade populacional
5
5
Não se aplica.
0
C8 - Beleza cênica
5
15
Não se aplica.
0
Valor Educativo
255
Valor Turístico
190
Classificação do sítio
Relevância:
Sítio da Geodiversidade Relevância Nacional
Valor Científico:
180
Valor Educativo:
255 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
190 (Relevância Regional/Local)
Risco de Degradação:
75 (Risco Baixo)
Recomendação
Urgência à Proteção global:
Necessário a longo prazo
Urgência à Proteção devido a atividades didáticas:
Necessário a médio prazo
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas:
Necessário a longo prazo
Urgência à Proteção devido a atividades científicas:
Necessário a longo prazo
Unidade de Conservação Recomendado:
UC de Proteção Integral -
Justificativa:
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido