Visualizando
Dedo de Deus
Guapimirim -
RJ , Lat.:
-22.471487045 Long.:
-43.008472443
Última alteração: 02/07/2021 10:38:45
Última alteração: 02/07/2021 10:38:45
Status: Em análise
Sítio da Geodiversidade de Relevância Nacional.
Valor Científico:
185
Valor Educativo:
305 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
320 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
100 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Dedo de Deus |
---|---|
Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Geomorfologia |
Classificação temática secundária: | Tectônica |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -22.471487045 |
---|---|
Longitude: | -43.008472443 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 1692 m |
Estado: | RJ |
Município: | Guapimirim |
Distrito: | |
Local: | Serra dos Órgãos |
Ponto de apoio mais próximo: | Teresópolis |
Ponto de referência rodoviária: | BR 116 - Serra de Teresópolis |
Acesso: | No trecho da rodovia BR 116 compreendido entre o município de Guapimirim e Teresópolis, existem diversos locais para estacionar e que oferecem belas vistas para o conjunto de montanhas conhecido como Serra dos Órgãos, dentre elas, o Dedo de Deus. Já para se chegar ao cume, é necessário escalar. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
---|
O maciço do Dedo de Deus (composto também por pequenos cumes secundários, denominados dedinhos e polegar) é uma imponente elevação cujo cume se eleva a 1662m acima do nível do mar e está situado na escarpa da Serra do Mar, entre os municípios de Guapimirim e Teresópolis e que consiste numa das áreas serranas mais elevadas e de topografia mais acidentada do estado do Rio de Janeiro. O Dedo de Deus é um pico constituinte da Serra dos Órgãos, denominação local da escarpa da Serra do Mar. A Serra dos Órgãos, por sua vez, consiste em uma muralha montanhosa, alçada por tectônica, que delimita o recôncavo da Baía de Guanabara. Esta majestosa e abrupta barreira orográfica de espetacular beleza cênica, apresenta orientação WSW-ENE, atingindo altitudes superiores a 2.000m (Pedra do Sino – 2.263m; Pedra do Açu – 2.218m), bem mais elevadas que o próprio pico do Dedo de Deus (Dantas, 2001). Devido a sua morfologia bastante peculiar e inusitada, o maciço do Dedo de Deus é bastante conhecido mundialmente, notadamente entre os montanhistas. A conquista de seu cume é um marco na história do montanhismo nacional, tendo sido realizada no dia 12 de abril de 1912 por montanhistas de Teresópolis, após investidas frustradas de escaladores internacionais, que chegaram a firmar que seria impossível chegar em seu cume. O Dedo de Deus é formado, principalmente, por um tipo de granito pós-tectônico, equigranular, de granulometria média, isotrópico e leucocrático, denominado granito Andorinha. Essa é a rocha aflorante no cume, e a predominante em todo o maciço, que também é cortado por corpos tabulares de um granito fino, leucocrático e homogêneo, com espessuras métricas. Na face voltada para a elevação conhecida como Cabeça de Peixe, é possível observar uma transição com a unidade encaixante (Arco Magmático Rio Negro). Sua forma peculiar, que o destaca dos maciços ao seu redor, vem de uma maior resistência ao intemperismo dos granitos frente aos gnaisses encaixantes, em conjunto com a existência de diversas famílias de fraturas tectônicas e fraturas de alívio. Essas fraturas que ajudaram a moldar o relevo, são utilizadas como rotas naturais utilizadas pelos escaladores para se chegar ao cume. Algumas vias de escalada passam literalmente por dentro do Dedo de Deus, em lances conhecidos como chaminés, que são grandes fraturas com aberturas métricas, muito penetrativas e persistentes. A ocorrência de rochas encaixantes (Arco Magmático Rio Negro), com granitos pós-tectônicos (granito Andorinha) e as persistentes fraturas, possibilitam o entendimento, em um mesmo local, de três etapas evolutivas da história geológica do sudeste do Brasil, com destaque para os valores geomorfológicos, representado não só pelo Dedo de Deus, mas pela escarpa da Serra do Mar onde está inserido, sendo essa uma das feições resultantes da quebra do supercontinente Gondwana, e que se estende por milhares de quilômetros paralelamente à faixa litorânea do sudeste do Brasil. |
Abstract |
---|
Autores e coautores |
---|
Marcelo Ambrosio Ferrassoli - Serviço Geológico do Brasil - CPRM |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
---|
|
Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
---|
Ambiente Dominante: |
---|
|
Tipo de Unidade: | |
---|---|
Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
---|
|
Ramos da Paleontologia: |
---|
|
Taxons conhecidos: |
---|
|
Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
---|
|
Ambientes: |
---|
Tipos de Ambientes: |
---|
|
Descontinuidades Estratigráficas: |
---|
Rochas Ígneas
Categoria: | Plutônica - Batólito |
---|
Aspectos Texturais: |
---|
|
Estruturas: |
---|
|
Rochas Metamórficas
Metamorfismo: Regional (dinamotermal) |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
---|
|
Estruturas: |
---|
|
Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Rúptil |
---|
Regime Tectônico: | Extensional |
---|
Estruturas Lineares: |
---|
|
Estruturas Planas: |
---|
|
Feições de Relevo
FR1c - Rampas de colúvio | |
FR1e - Rampas de Tálus (cones de dejeção) | |
FR5c - Vales encaixados | |
FR7b - Degraus estruturais | |
FR7c - Escarpas | |
FR7c1 - Escarpas erosivas | |
FR7c2 - Escarpas estruturais | |
FR8d - Vales estruturais | |
FR11b - Morro | |
FR11d - Serra | |
FR11e - Linha de Cumeada | |
FR11f - Crista | |
FR11g - Pico ou Cume | |
FR11h - Selas topográficas ou Colos (wind-gaps) | |
FR11i - Cabeceira de drenagem |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
---|
|
Interesse associado |
---|
|
Pela sua possível utilização |
---|
|
Observações
Observações Gerais |
---|
Bibliografia |
---|
ALMEIDA, C.G. 1999. Controle estrutural das rochas encaixantes no transporte e ascensão de magmas graníticos na região entre Nova Friburgo e Cordeiro (RJ). in Semana de Iniciação Científica, 8: livro de resumos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p.570.p. 571. BARBOSA A.L.M. & GROSSI SAD J.H. 1985. Batólito Granítico da Serra dos Órgãos, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Contrib. Geol. Petrol. Núcleo de Minas Gerais, SBGM,1985:49-61. DANTAS, M.E., 2001. Geomorfologia do Estado do Rio de Janeiro. Brasília: MME/CPRM – Serviço Geológico do Brasil. 63p. GROSSI SAD, J.H., BARBOSA, A.L.M, PINTO, C.P. 1982a. Mapa Geológico da Folha Teresópolis, escala 1:50.000. Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro. Departamento de Recursos Minerais, RJ. Niterói. GROSSI SAD, J.H., BARBOSA, A.L.M, HETTICH, M. 1982b. Mapa Geológico da Folha Nova Friburgo, escala 1:50.000. Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro. Departamento de Recursos Minerais, RJ. Niterói. HEILBRON M., MOHRIAK W., VALERIANO, C.M., MILANI, E.J., ALEMIDA J., TUPINAMBÁ M. 2000. From collision to extension: the roots of the southeastern continental margin of Brazil.In: W. Mohriak, M. Talwani, (eds.): Atlantic Rifts and Continental Margins.American Geophysical Union Geophysical Monograph 115:1-31. HEILBRON, M., PEDROSA-SOARES, A.C., CAMPOS-NETO, M., SILVA, L.C., TROUW, R., JANASI, V. 2004. A Província Mantiqueira. In: V. Mantesso, A Bartorelli, C.D.R. Carneiro, B.B. Brito-Neves (eds) Geologia do Continente Sul- Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. Beca Produções Culturais Ltda, São Paulo, p. 203-235. JUNHO, M.C B. (1982), Geologia, Petrografia e Geoquímica Preliminar do Granito de Teresópolis, RJ., Tese de Mestrado, Departamento de Geologia, UFRJ. JUNHO, M.C.B. 1990. Contribuição à petrologia dos maciços graníticos de Pedra Branca, Nova Friburgo e Frades (RJ). Tese de Doutoramento, IGEO/UFRJ, Rio de Janeiro. ROSIER G.F. 1957. A geologia da Serra do Mar, entre os picos de Maria Comprida e do Desengano (Estado do Rio de Janeiro). Bol DGM/DNPM.222 ROSIER, G.F., 1965. Pesquisas geológicas na parte oriental do Estado do Rio de Janeiro e na parte vizinha de Minas Gerais, DNPM, Div. Geol. Min, Boletim 222, Rio de Janeiro. TUPINAMBÁ, M. 1999. Evolução tectônica e magmática da Faixa Ribeira na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Tese de Doutoramento. Instituto de Geociências, USP. São Paulo, 204 p. TUPINAMBÁ, L.R., CONCEIÇÃO, F.R. 1999. De Plutons Verticais a Lacólitos: reinterpretação da forma de intrusão dos Maciços de Nova Friburgo e Frades. in Semana de Iniciação Científica, 8: livro de resumos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, (RJ). p. 571. TUPINAMBÁ, M., TEIXEIRA, W., Heinbron, M., 2000. Neoproterozoic Western Gondwana assembly and subsuction´related plutonism: the role of the Rio Negro Complex in the Ribeira belt, South-eastern Brazil. Rev. Bras. Geoc. 30(1), 7-11. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
---|---|---|---|
Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Privado) | UC de Proteção Integral | Parque |
|
Proteção Indireta
APP (Área de Proteção Permanente): | Topo de Morros |
---|---|
Corredor Ecológico: | |
Mosaico de UCs: |
Relatar: | |
---|---|
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
---|---|---|---|---|
Público / |
Area Rural |
---|
|
Area Urbana |
---|
|
Fragilidade |
---|
Baixa |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
---|
Necessário saber escalar para chegar ao cume. No entanto, de um mirante na estrada é possível observar muitas características desse local. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 4-5 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 1 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
A2 - Local-tipo | 20 | Não se aplica. | 0 |
Valor Científico | 185 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal e com controle de acesso | 1 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 100 m de uma estrada asfaltada com local para estacionamento de veículos | 4 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com 100-250 habitantes por km2 | 2 |
B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Não se aplica. | 0 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Não se aplica. | 0 |
Risco de Degradação | 100 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
---|---|---|---|---|
C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Os elementos geológicos do local de interesse não apresentam possibilidade de deterioração por atividades antrópicas | 4 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 100 m de uma estrada asfaltada com local para estacionamento de veículos | 4 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com 100-250 habitantes por km2 | 2 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse | 4 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas do país, mostrando aspectos geológicos | 4 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no estado | 3 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados nas escolas de ensino secundário | 2 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | O público necessita de algum conhecimento geológico para entender os elementos geológicos que ocorrem no sítio | 3 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 305 | |||
Valor Turístico | 320 |
Classificação do sítio
Relevância: | Sítio da Geodiversidade Relevância Nacional |
---|
Valor Científico: | 185 |
---|---|
Valor Educativo: | 305 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 320 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 100 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
---|---|
Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Marcelo Ambrosio Ferrassoli |
---|---|
Email: | marcelo.ferrassoli@gmail.com |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | SGB-CPRM - Serviço Geológico do Brasil |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/7354075080276772 |